Quando eu saí do Ensino Médio, com apenas 17 anos, era constantemente questionada sobre o que faria da vida. Tentei o vestibular várias vezes e por 2 anos fiquei no cursinho. Era constantemente pressionada sobre o que eu faria da minha vida. Depois comecei a namorar, perguntavam quando eu ia casar (eu tinha só 18 anos, imaginem só). Quando casei, começaram a questionar sobre os filhos.
A sensação que eu tenho é que os marcos, "as linhas de chegada", são mais importantes até do que a experiência em si. Como se a vida fosse uma corrida muito doida, em que a gente precisa ir pegando as "bandeirinhas" das realizações e ir correndo atrás do alvo. Cruzar as linhas de chegada, uma atrás da outra, é o que importa!
Agora a moda é acordar 5 horas da manhã, estudar, estudar, estudar, estudar. Ler, assistir live, fazer cursos. Toda hora é hora. Todo minuto conta! O negócio é ser produtivo, é fazer o primeiro milhão, é faturar 6 digitos em 2 semanas. Tudo tem que servir pra te levar mais longe, além. "Estude enquanto eles dormem e viva o que eles nunca sonharam."
Mas eu fico aqui me perguntando: Onde é mais "longe"? Onde é "além"? Pra que a pressa? E desde quando estamos em uma competição contra "eles"? Eu não tenho nem 30 anos ainda, mas veja bem, já aprendi algumas coisas. E a mais importante delas é: eu tenho meu próprio tempo, porque tenho minha própria história. Minhas realizações podem não ser grande coisa para fulano, mas são pra mim. Meu próposito que me diz quais são minhas metas e não o padrão dos outros.
Não é uma corrida, gente. Tudo bem ser produtivo e gerir bem seu tempo. Mas no seu tempo. A vida não é só conquistas e metas... O caminho entre as realizações é a maior parte da sua existência por aqui, na real. Há uma beleza curiosa e formadora de cárater nos processos, naquelas estradas meio esburacadas e inesperadas entre uma etapa e outra da nossa vidinha!
Seja gentil com você mesmo. Cada um floresce no seu tempo, com suas particularidades e maneiras próprias. E tá tudo bem! :)
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